Quem teve o diagnóstico recente de HIV com certeza está passando por um momento de incertezas. “Já vou começar o tratamento?”, “Estou muito doente?”, “Como está a minha imunidade?”, são as perguntas que mais escutamos diariamente.
Existem dúvidas sobre como foi transmitido o vírus, como serão os próximos relacionamentos, se poderá ter filhos. Os pacientes passam por angústias, medo de algum tipo de estigma, sensação de que conviver com o vírus não é fácil.
É necessário procurar um profissional adequadamente capacitado, especializado no assunto, com uma boa escuta, que possa dar apoio emocional, orientações e encaminhamentos, muitas dúvidas precisam ser esclarecidas. Assim que for feito diagnóstico, deve-se então agendar consulta com o infectologista.
Manter a calma não será fácil, mas precisamos entender que o HIV está longe de ser o fim do mundo ou sentença de morte como muitos acreditam. É compreender que se terá sim que conviver com uma doença crônica, que necessita seus cuidados e acompanhamentos. Terá sim a possibilidade de se relacionar, se divertir, ter filhos e viver a sua vida.
Na primeira consulta, vou explicar sobre o vírus, sanar dúvidas, solicitar os primeiros exames de carga viral (“quanto de vírus tem circulando no sangue”), Cd4 e Cd8 (exames da “imunidade”), função dos rins e fígado, glicose, colesterol, raio X de tórax, PPD (exame sobre tuberculose), exame de urina, demais sorologias (sífilis, hepatites, toxoplasmose, HTLV, citomegalovírus, chagas…). Na maioria dos casos, o tratamento não será iniciado neste momento, mas será iniciado da forma mais breve possível, não se preocupe.
O tratamento é feito todo por via oral, impedindo que o vírus entre nas células de defesa, recuperando a imunidade da pessoa que está vivendo com o HIV. Fazer de forma correta, evita o surgimento de outras doenças, reduz mortalidade, aumenta a expectativa de vida e diminui a transmissibilidade do vírus.
Sendo assim, precisamos ver estes exames citados, ver se está com alguma doença que possa se aproveitar de sua imunidade mais baixa, ver se há medicações que você já toma que possam interagir com o tratamento, para aí então ser iniciado (tratamento padrão ou tratamento com outros esquemas de medicação).
A orientação é sempre começar o quanto antes o cuidado do paciente, para também ocorrer a prevenção combinada. É necessário quebrar o ciclo de transmissão, impedindo que também transmita o vírus, reduzindo a incidência de pessoas infectadas. Desta forma, assim que tomados todos os cuidados com a própria saúde, devemos conversar também com quem nos relacionamos. É importante alertar as pessoas que se relacionoi, para não espalhar o vírus caso tenham sido infectados e não saibam.
Como estarei tranquilo com a minha saúde? Iniciado tratamento, o objetivo é sempre estar com a carga viral indectada, com imunidade mais alta. Exames de controle após o início dos remédios são realizados. Também agendamos consultas para acompanhar os efeitos colaterais (que hoje em dia são mínimos).
O infectologista se torna o médico de referência do paciente, a relação de confiança é estabelecida, seguimos com as consultas de rotina necessárias para o acompanhamento.